Governo de Minas reduz preço dos voos regionais que partem da Pampulha
Minas Gerais
Publicado em 22/11/2016

 

Leandro Couri/EM/D.A Press

 

Quase três meses e meio depois do lançamento de voos diretos ligando 17 cidades do interior de Minas Gerais ao aeroporto da Pampulha, o governo estadual, que responde pelo projeto e o custo das rotas, decidiu oferecer preços promocionais e estabelecer ligações com escala para baratear as passagens e a despesa das operações. As medidas serão tomadas na tentativa de reverter a baixa taxa de ocupação das aeronaves, uma ameaça à iniciativa de estimular a aviação regional e atender à demanda reprimida de passageiros, informou ontem o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), braço do Estado que comanda o programa, Marco Antônio Castello Branco.
 

De 17 de agosto, quando começou a venda das passagens ao preço médio de R$ 300 por trecho de 200 quilômetros, a 30 de outubro, a taxa média de ocupação variou de 22% a 25%, em média. Nesse período, foram transportados 800 passageiros em voos operados pela Two Táxi Aéreo Ltda.,vencedora da licitação no modelo de ata de registro de preços, por meio de aviões Cessna Grand Caravan.“Sabemos que não é viável (a ocupação). Uma boa taxa seria de 70%”, admitiu o presidente da Codemig.
 

Entre as mudanças definidas no programa, o governo estadual vai lançar um sistema de promoção de preços de forma que eles possam oscilar de acordo com a ocupação do voo, ao ritmo da demanda de passageiros. A rota ligando BH a Teófilo Otoni, por exemplo, mostrou-se mais alta, em contraposição aos voos demandados por Divinópolis e Juiz de Fora nas primeiras 10 semanas das operações do programa.
 

“Estamos aprendendo a fomentar a aviação regional”, disse o presidente da Codemig, destacando que existe “enorme demanda de gente que mora no interior” e “empresas interessadas em fazer fretamentos que começam a procurar o Estado”. Outra alteração para elevar a ocupação dos aviões cria rotas com escala em cidades próximas para reduzir os custos operacionais. Segundo Castello Branco, um exemplo são voos ligando BH a Juiz de Fora, com escala em São João del-Rei.
 

A Codemig decidiu, ainda, aperfeiçoar a plataforma de vendas de passagens – a compra é feita pelo site voeminasgerais.com.br, que reúne as informações sobre o Projeto de Integração Regional de Minas Gerais – Modal Aéreo –, e lançará uma campanha de divulgação. A intenção do Estado é manter o subsídio dado ao programa até 2017, período em que Castello Branco espera atrair investidores privados para assumir os voos regionais.
 

O presidente da Codemig reconhece que houve problemas nas primeiras semanas de implementação em razão das chuvas que afetaram as operações em aeroportos regionais e algumas restrições à simplificação da regulação aérea no país. No entanto, do ponto de vista da demanda o Estado está convencido da importância da iniciativa para atender ao interior, vislumbrando, inclusive, futuros hubs (terminais que se transformam em centros de conexão de passageiros para vários destinos) em cidades como Montes Claros, no Norte de Minas, e Uberlândia, no Triângulo.
 

Definições como essas estão relacionadas, inclusive, à autonomia dos aviões usados no projeto, que operam a distâncias de 400 quilômetros. Os 17municípios contemplados na fase inicial do projeto de integração são Araxá, Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Juiz de Fora, Lavras, Manhuaçú, Muriaé, Passos, Patos de Minas, Ponte Nova, Pouso Alegre, São João del-Rei, Teófilo Otoni, Ubá, Varginha e Viçosa. A ideia é oferecer 60 voos semanais dessas cidades com destino ao aeroporto da Pampulha, na capital.
 

Fundo para Aeronáutica


 

O programa batizado de Voe Minas Gerais é parte da estratégia do governo estadual de promover o setor aeroviário, disse ontem o presidente da Codemig a uma plateia de representantes de empresas reunidos num fórum internacional realizado na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para discutir oportunidades de investimentos na cadeia da atividade. A companhia estatal acaba de criar um fundo de recursos, aberto e registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para atrair investidores.
 

A principal gestora brasileira de fundos de investimentos em tecnologia, Confrapar, está gerenciando o fundo, com contrapartida de R$ 14 milhões ao orçamento de R$ 150 milhões da Codemig que serão aportados ao longo dos próximos cinco a 10 anos. O plano da Confrapar, segundo o diretor da gestora Rodrigo Esteves, é destinar recursos já no primeiro semestre de 2017 a no mínimo duas empresas prospectadas no estado, as quais podem ser fornecedoras de componentes, sistemas ou serviços complementares à atuação da Embraer.

 

Marta Vieira/EM - Postado em 22/11/2016 06:00 / Atualizado em 22/11/2016 07:47


  

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