Levantamento feito pelo Sebrae e FGV mostra que a concessão de empréstimo às MPE cresceu 9 pontos percentuais entre 31 de agosto e 1º de outubro
Pesquisa feita pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, revelou que no mês de setembro houve uma melhora no acesso ao crédito por parte dos pequenos negócios. De acordo com o levantamento, entre as micro e pequenas empresas que buscaram empréstimos, 31% tiveram o pedido aprovado pelas instituições financeiras. Esse é o melhor resultado para a série iniciada em março e está 9 pontos percentuais acima do indicador obtido na pesquisa feita na última semana de agosto.
Na avaliação do Sebrae, esse aumento, identificado na pesquisa feita entre a última semana de setembro e o dia 1º de outubro, ocorreu principalmente em virtude da retomada da maior parte das empresas à atividade (segundo a mesma pesquisa, 83% das empresas já voltaram a operar). Com isso, os pequenos negócios puderam apresentar um histórico de faturamento às instituições financeiras, melhorando as chances de aprovação do crédito. Outro fator relevante foi o lançamento da 2ª fase do Pronampe, no início de setembro, que disponibilizou mais recursos para novos empréstimos.
Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, ainda há muito que melhorar no acesso das pequenas empresas ao crédito, mas os avanços precisam ser comemorados. “Se olharmos os dados gerais, vamos perceber que os donos de pequenos negócios ainda têm bastante receio na hora de procurar um empréstimo. Tanto que apenas metade deles buscaram esse recurso, mesmo com todas as dificuldades impostas com a perda de faturamento. E, ainda assim, só 31% deles tiveram sucesso. De todo modo, ações como o Fampe e o Pronampe se mostraram fundamentais e precisam ser consolidadas”, comenta.
Carlos Melles destaca ainda a maior participação de instituições financeiras não bancárias, como cooperativas de crédito, sociedades de crédito direto, bancos regionais e agências de fomento na concessão de crédito para os pequenos negócios. Essas instituições financeiras, segundo ele, aumentaram sua participação novolume total de crédito e alcançaram, inclusive, melhores taxas de aprovação.
Cenário de melhora
A pesquisa do Sebrae mostrou que os pequenos negócios registraram melhora no quadro geral, apesar da situação ainda ser preocupante. O percentual de empresas que registraram queda no faturamento baixou para 74% (em março, o resultado era de 89%) e a perda média ficou em 36%, quando comparado ao período anterior à crise. Ainda de acordo com o levantamento, cerca de 23% dos negócios já conseguiram igualar ou até mesmo superar o faturamento que tinham antes da chegada da pandemia.
Inovação
Um em cada quatro donos de pequenos negócios implementou alguma inovação desde o início da crise, segundo o Sebrae. Esses empresários tiveram maior presença nos segmentos que sofreram mais diretamente os impactos da pandemia: serviços de alimentação (53%), academias (51%), indústria alimentícia (49%), energia (49%) e moda (47%).
Ainda segundo o levantamento, os empresários que desenvolveram práticas inovadoras em seus negócios tiveram mais sucesso na melhora do nível de faturamento. Enquanto os pequenos negóciosinovadores registraram perda de 32%, as empresas que não inovaram tiveram um percentual de perda maior (39%).
Números da pesquisa
- 83% das empresas já estão operando
- Sobre o acesso ao crédito:
- 50% das MPE buscaram crédito
- 31% tiveram o pedido de empréstimo aprovado
- Quanto a faturamento:
- 74% das MPE registraram queda no faturamento
- 13% mantiveram o faturamento
- 10% apontaram melhora no faturamento
- A perda média no faturamento foi de 36%
- Inovação:
- 39% dos pequenos negócios adotaram inovação durante a crise
- A maior presença de empresas que inovaram está em alguns dos setores mais atingidos pela crise:
- Serviços de Alimentação - 53%
- Academias e Atividades Físicas - 51%
- Indústria Alimentícia - 49%
- Energia - 49%
- Moda - 47%
- Faturamento X Inovação:
- Inovadoras - perda de faturamento em 32%
- Não inovadoras - perda de faturamento em 39%
- Média geral das empresas, perda de faturamento em 36%
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