Emprego industrial cai em agosto e atinge menor nível em quase 12 anos
Economia
Publicado em 06/10/2016
 
 

 

O emprego na indústria registrou queda de 0,4% em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior, após ajuste sazonal. Esse foi o décimo nono mês de recuo no emprego industrial, que atingiu o menor patamar desde novembro de 2004, ou seja, em quase doze anos, segundo informações da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A entidade informou ainda que a massa salarial real dos trabalhadoras da indústria caiu 0,6% na passagem de julho para agosto, em termos dessazonalizados, ao mesmo tempo em que o rendimento médio real caiu 0,3% nesta comparação. Foi a terceira queda seguida deste indicador.

"Os Indicadores Industriais de agosto apontam que a indústria ainda mostra sinais de continuidade do ciclo recessivo. Quando descontados os efeitos sazonais – e a correção para os dias úteis –, a maioria dos índices registra queda na passagem de julho para agosto, excetuando-se apenas a utilização da capacidade instalada [nível de uso do parque fabril]", acrescentou a entidade.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga, para reverter esse quadro são necessárias reformas estruturais urgentes, como a da previdência e a trabalhista.

"Além disso, é fundamental que o governo aprove a Proposta de Emenda Constitucional que define um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Somente com essas ações mais enérgicas o país poderá retomar a confiança, melhorar o ambiente de negócios, gerar empregos e promover o crescimento da economia", avaliou ele.

Ainda de acordo com a Confederação Nacional da Indústria, o faturamento da indústria e as horas trabalhadas na produção (indicador do nível de atividade) também recuaram em agosto deste ano, na série após ajuste sazonal.

O faturamento caiu 3,9% na comparação com o mês de julho (e 12,1% na parcial do ano), e as horas trabalhadas tiveram diminuição de 3,2%. No acumulado até agosto, as horas trabalhadas recuaram 8,8%. "A contínua queda na atividade industrial permanece influenciando os indicadores do mercado de trabalho", avaliou a entidade.

Já a utilização da capacidade instalada, o nível de uso do parque fabril, somou 77,1% em agosto em termos dessazonalizados, com uma alta de 0,3 ponto percentual em relação ao registrado no mês de julho deste ano. Apesar do aumento, ainda está 0,8 ponto percentual abaixo do patamar de agosto do ano passado.

 

Alexandro Martello-Do G1, em Brasília-06/10/2016 12h07-Atualizado em 06/10/2016 12h51

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