Padilha nega que o governo esteja tentando barrar a Lava Jato
Política
Publicado em 12/09/2016
 

 

 
 
 
 

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou nesta segunda-feira (12) que o governo tente "barrar" a Operação Lava Jato.

"Este tema é um tema de ontem", disse Padilha quando foi questionado por jornalistas se "o governo tem a intenção de parar a Lava Jato". "Hoje, ontem e amanhã, não há absolutamente nada de parte do governo que não seja estimular a Lava Jato" disse em evento realizado em São Paulo.

Na semana passada, Fábio Medina Osório,ex advogado-geral da União, afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) deveria se associar à operação, o que havia criado problemas para o governo e líderes aliados, segundo informações do blog de Gerson Camarotti.

"Quem fizer qualquer tipo de afirmação dessa ordem está querendo fazer com que o holofote da Lava Jato lhe dê um pouquinho de luz, só isso."

"Os atores da Lava Jato, Política Federal, Procuradoria Geral da República e Poder Judiciário agem na plenitude e com absoluta independência e estímulo do governo."

Cassação de Cunha
Ao ser questionado sobre como uma eventual cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB) afetaria a aprovação de projetos do governo no Congresso, como a limitação dos gastos públicos e a reforma da Previdência, Padilha disse que a questão é "interna da Câmara dos Deputados".

"O nosso presidente Michel Temer cultua a independência e harmonia dos poderes. O Poder Executivo não tem por que se envolver no Judiciário ou Legislativo", disse o ministro.

Ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da AGU, Fábio Medina Osório (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil; Marcelo Camargo/Agência Brasil)Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e ex AGU, Fábio Medina Osório (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil; Marcelo Camargo/Agência Brasil)

"Mas, com relação a possíveis consequências, penso que o governo Temer se estabeleceu com uma base congressual de mais de dois terços do Congresso, e essa base sustentada por participação em ministérios importantíssimos", afirmou Padilha.

"O presidente Michel fez com que o partido A, B, C ou D tivesse o compromisso com o governo, e esse compromisso é de mais de dois terços do Parlamento, em razão da sua participação", completou.

Medidas econômicas

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em evento em SP (Foto: Karina Trevizan/G1)O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em evento em SP (Foto: Karina Trevizan/G1)

O ministro defendeu a importância da reforma da Previdência e a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos. Padilha apontou que essa são as duas principais medidas econômicas em discussão para que o crescimento seja retomado. "Tanto a reforma fiscal, que é o teto das despesas, quanto a reforma da Previdência, eu penso que nós vamos centrar fogo neste momento até nós conseguirmos ter aprovadas essas duas reformas que são fundamentais para o Brasil."

"Não há nenhuma possibilidade de nós abrirmos claraboia, quer dizer, não vai ter exceção", disse Padilha sobre a limitação dos gastos públicos, complementando a seguir sobre as despesas com Saúde e Educação. "Saúde e Educação hoje estão em patamares superiores àqueles estabelecidos na Constituição, e serão mantidos. Serão os dois itens que não terão condições ou possibilidade de perderem diante do que seja a inflação e o ano seguinte."

Padilha defendeu ainda que o teto dos gastos e a reforma da Previdência sejam aprovados juntos pois, caso contrário, ao crescimento das despesas previdenciárias inviabiliza a limitação pela inflação. "Se a gente não colocar um freio nisso [déficit da Previdência], todo o Orçamento da União vai acabar sendo pequeno para custear. Entre o ano de 2025 e 2030, se nada for feito, o sistema previdenciário estará totalmente inviabilizado."

Em palestra a empresários após a coletiva de imprensa, Padilha negou que haja intenção de aumentar impostos. "Essa história de aumentar imposto dói nos ouvidos do presidente Michel. Não tem aumento de impostos."

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Karina Trevizan-Do G1, em São Paulo-12/09/2016 11h38-Atualizado em 12/09/2016 15h46

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