Banco Central quer limitar tarifas operacionais do cartão de crédito
Economia
Publicado em 14/04/2018

Em palestra, presidente do Banco Central diz que medida adotada no débito pode ser levada também para o crédito

 

 

São Paulo – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ontem que a instituição avalia fixar um teto para as tarifas operacionais dos cartões de crédito, como já foi definido recentemente para os de débito. O objetivo é baratear os custos das transações para os lojistas e que esta redução chegue ao consumidor, estimulando assim o uso de meios eletrônicos de pagamentos.

 

A partir de 1º de outubro, o BC determinou que haverá limitação dos percentuais da chamada tarifa de intercâmbio dos cartões de débito, que poderão chegar a no máximo 0,8% de cada transação. A taxa de intercâmbio é a tarifa que a empresa que credencia as lojas paga para o emissor do cartão, os bancos, em cada transação com o plástico. “Com a medida nos cartões de débito, nossa expectativa é que a redução seja repassada para o credenciador e ao lojista e chegue ao consumidor por meio da concorrência”, afirmou o presidente do BC em evento do Insper e do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

 

“Obviamente, vamos continuar avaliando se o teto (para o débito) é correto, se tem que reduzir mais. Vamos avaliar também se é preciso colocar um teto em outros instrumentos, como cartões de crédito”, afirmou Ilan em seu discurso. “Tudo isso faz parte de nossa agenda neste ano.” “Estamos incentivando a competição nos meios de pagamento”, disse Ilan.

 

O objetivo do BC é aumentar o uso de meios eletrônicos, como os cartões de débito, considerados mais eficientes que o papel de moeda. Isso trará redução de custos para todo mundo, afirmou ele. “Foram adotadas medidas que melhoram a concorrência e tornam o uso do cartão de crédito mais eficiente e barato”, disse Ilan Goldfajn.

Entre as medidas recentes para estimular meios eletrônicos de pagamento, Ilan destacou que o governo passou a permitir a diferenciação de preços para quem paga uma compra à vista, que paga valor menor. Isso era prática comum no comércio, mas não era regulamentado, observou ele. “Hoje se tornou formal. Com isso se consegue diferenciar se o pagamento é à vista ou a prazo “ O dirigente disse ainda que no ano passado o BC aumentou seu poder fiscalizador e punitivo para as instituições do sistema financeiro.

 

Para aumentar a competição no sistema, Ilan disse que o objetivo do BC é estimular a entrada no mercado das Fintechs, como são chamadas as empresas nascentes de inovação financeira. “O BC quer incentivar a oferta e a diferenciação de produtos para o consumidor.” A avaliação do presidente do BC é que as Fintechs trazem maior competição, além de criarem produtos e novos modelos de negócios com redução de custos em várias áreas, disse ele. “Temos adotado uma postura de deixar entrar, deixar competir e regular apenas quando necessário”, disse ele. “Não pretendemos regular em demasia.”

 

Garantia 

 

O presidente do BC disse ainda que os fundos garantidores são considerados um dos pilares de uma rede de proteção financeira e são importantes para a manutenção da estabilidade do sistema, especialmente para evitar corridas bancárias e proteção dos recursos dos poupadores. “O sistema de garantia de depósitos é um dos componentes da rede de segurança do setor financeiro”, afirmou o presidente do BC. “Esse sistema procura dar solução à instabilidade inerente à transformação de liquidez no sistema financeiro”, completou.

 

 

Estado de Minas/Site Estado de Minas - A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet

Postado em 14/04/2018 06:00 / Atualizado em 14/04/2018 08:45

 

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