Cerca de 2 milhões de cadastros do programa Bolsa Família foram cancelados ou bloqueados.
A Controladoria-Geral da União divulgou hoje que após uma auditoria, o órgão detectou irregularidades nos dados dessas famílias que recebiam o benefício. São três casos.
O primeiro, foram os benefícios cancelados para 470 mil famílias, que têm com renda per capita acima de meio salário mínimo, por volta de 468 reais.
O segundo, foi o bloqueio para cerca de 1 milhão e meio de famílias com renda per capita entre 170 reais e meio salário mínimo tiveram. A liberação nesse caso só será feita depois que o beneficiário fizer o recadastramento.
Por último, o levantamento apontou ainda indícios de inconsistência cadastral nos dados de 620 mil famílias enquadradas na faixa com renda familiar per capita de até 170 reais.
Por enquanto, esses beneficiários não vão ter o Bolsa Família cancelado ou bloqueado, mas devem fazer o recadastramento.
Para chegar a esses resultados, a CGU fez um cruzamento de dados envolvendo diversos órgãos e cadastros do governo federal, e comparou com as informações declaradas pelos beneficiários no Cadastro Único do Bolsa Família.
O órgão descobriu ainda que quase 346 mil famílias podem ter falsificado informações sobre a renda.
De acordo com a CGU, isso representa 1 bilhão e 300 milhões de reais em pagamentos indevidos em dois anos.
O órgão informou ainda que, sendo comprovadas as irregularidades, quem recebeu o valor indevidamente terá que devolver o dinheiro ao governo e vai responder processo administrativo, além de não poder retornar ao programa Bolsa Família pelo prazo de um ano.
As famílias que devem ser beneficiadas pelo programa são as que vivem em situação de extrema pobreza e devem ter renda mensal por pessoa de até 85 reais, e também aquelas que vivem em situação de pobreza, com renda mensal per capita entre R$ 85 e 170 reais.