Indicadores mostram recuperação da economia, diz presidente do Banco Central
Economia
Publicado em 01/11/2017

 

Heloísa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil - 31/10/2017 -  20h24 - Brasilia-DF/Site EBC - A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet
 
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO), fala sobre a política monetária, creditícia e cambial (Wilson Dias/Agência Brasil)

Após dois anos de recessão, conjunto dos indicadores de atividade econômica mostra sinais compatíveis com a recuperação da economia brasileira, diz o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn - Wilson Dias/Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfjan, disse hoje (31) que a redução da inflação, a queda na taxa de juros e a melhoria das condições do mercado de crédito têm propiciado a recuperação da economia brasileira.

“Após dois anos de recessão, o conjunto recente dos indicadores de atividade econômica mostra sinais compatíveis com a recuperação atual da economia brasileira. Depois de um crescimento de 1% no primeiro trimestre, no segundo semestre, subiu 0,2%, e o consumo cresceu 1,4% no segundo semestre. Foi o primeiro resultado positivo do consumo desde 2014”, destacou Goldjfan em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Goldfjan ressaltou que a inflação no país deve alcançar o patamar de 4,3% em setembro do ano que vem, taxa ainda abaixo da meta atual de 4,5% ao ano. “Em 12 meses, a inflação acumulada é apenas 2,5%. Ao longo dos próximos meses, até dezembro, acredito que vai chegar em 3,2% e, em setembro de 2018m a 4,3%. A meta do Banco Central é 4,5%. A perspectiva é que, de uma inflação baixa hoje, de 2,5%, devagarzinho vá voltando para a meta. O mais importante é que a inflação sai de quase 11% para 2,5%.”

Segundo Goldfjan, o processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e possíveis reavaliações das estimativas de ciclos e projeções das expectativas de inflação.

“Uma vez que a inflação cai, o juros caem. A taxa Selic, que estava em 14,25%, caiu para 7,5%. A última queda foi de 0,75 ponto percentual, que foi adotada na reunião da semana passada. Para a próxima reunião do Copom, caso o cenário básico evolua conforme o esperado, o comitê vê, nesse momento, como adequada uma redução moderada na magnitude da flexibilização monetária”, destacou.

O presidente do BC reiterou a importância das reformas para a manutenção da recuperação da economia brasileira. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também defendeu o pacote de ajuste fiscal do governo, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos, do Senado.

“Nesse sentido, quero ressaltar que a continuidade dos ajustes e reformas, em particular, da reforma da Previdência. É importante para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a inflação, a queda da taxa de juros estrutural e para recuperação sustentável da economia brasileira”, concluiu.

Cenário externo

Na audiência, o presidente do Banco Central fez também um balanço do cenário internacional para contextualizar o atual momento econômico do país. “Nos últimos tempos, o cenário internacional, de forma geral, tem sido favorável a economias emergentes e ao Brasil. A atividade econômica mundial está melhorando, está se criando emprego nos principais países e, ao mesmo tempo, não temos uma pressão em demasia das condições financeiras das economias avançadas”, disse.

“A economia global está crescendo e os juros se mantêm relativamente baixos. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação às economias emergentes, proporcionando um ambiente mais sereno no mercado de ativos brasileiros”, acrescentou.

Edição: Nádia Franco
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