Brasil foi a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para a sociedade. É o que aponta a nova edição do SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgado pelo Observatório do Clima.

As emissões de gases de efeito estufa subiram 9% em 2016 em comparação com o ano anterior. Este já é considerado o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004.

De acordo com o SEEG, a atividade agropecuária é a principal responsável pelos gases de efeito estufa no país, respondendo a 74% das emissões em 2016.

O número é resultado da soma das emissões provenientes da agropecuária e da mudança de uso da terra. Quem explica é o Coordenador do estudo, Tasso Azevedo.

Com esses dados o Brasil está em 7º lugar no ranking mundial de emissão desses gases. Se fosse um país, o agronegócio brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com emissões brutas de 1,6 bilhão de toneladas.

O aumento de 27% no desmatamento na Amazônia foi responsável pela elevação nas emissões no ano passado.

Apenas na região amazônica foi desmatado o equivalente a 800 mil campos de futebol. O dado é apontado pelo Secretário Executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl

Este foi o segundo ano consecutivo que Brasil apresentou crescimento nas emissões de gases de efeito estufa depois do país ter passado anos controlando o desmatamento e a emissão desses tipos de gases.

Para o Observatório do Clima, o produto brasileiro produzido com esses custos poderá perder competitividade no mercado internacional.

Os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura ainda não responderam aos contatos da reportagem.