Indústria brasileira pode deixar grupo das 10 maiores do mundo
Economia
Publicado em 16/10/2017
AE  - Agência Estado/Site Estado de Minas
Postado em 16/10/2017 - 08:43
A indústria brasileira continua entre as dez maiores do mundo, mas um levantamento da United Nations Industrial Development Organization (Unido), divulgado pelo Instituto Estudo para o Desenvolvimento Industrial (IED), mostra que o País está perto de deixar esse grupo.


Entre 2005 e 2016, a indústria brasileira recuou duas posições no ranking de 15 países liderado pela China, passando do 7º para o 9º lugar. Em 2005, a indústria do Brasil respondia por 2,88% da indústria global. A fatia encolheu para 2,71% em 2010 e para 1,84% em 2016, ficando à frente do Reino Unido, também com 1,84%, Indonésia (1,83%), México (1,66%), Rússia (1,64%), Canadá (1,39%) e Espanha (1,33%).

De acordo com a Unido e o Iedi, na origem do rebaixamento do Brasil em 2016 não está só o forte crescimento da produção de outros países, mas também as dificuldades enfrentadas pela indústria nacional.

Para o economista e diretor Executivo do Iedi, Júlio Gomes de Almeida, o risco de o Brasil deixar o grupo dos dez no curto prazo é muito grande porque, além das dificuldades inerentes à indústria brasileira, Reino Unido e Indonésia, que aparecem imediatamente abaixo do Brasil, estão investindo fortemente no crescimento da indústria.

O economista chama a atenção para o fato de o estudo contemplar os dados da indústria mundial de 2016. Segundo ele, se para os brasileiros 2017 é o ano da virada na indústria, para outros países é o ano de investir mais em tecnologia.

O estudo mostra que, ainda que a crise industrial de 2014 a 2016 tenha sido crucial para a retração do Brasil no valor adicionado da indústria mundial, que passou de 2,88% para 1,84% de 2005 a 2016, essa é uma dinâmica que já vinha ocorrendo. A indústria nacional chegou a representar 3,47% da indústria mundial em 1995. "O Brasil tem se mantido entre as dez maiores indústrias do mundo desde 1970. Com a chegada da indústria 4.0 (de fábricas inteligentes) esse quadro pode mudar."

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

(Francisco Carlos de Assis)

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