Analistas do mercado baixam estimativa de inflação para 2016 e 2017
Economia
Publicado em 08/08/2016

O mO mercado financeiro baixou sua estimativa de inflação para este ano e para 2017, ao mesmo tempo em que também passou a prever um "encolhimento" menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

As previsões foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (8), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

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Previsão para o IPCA em 2016
Em %
6,9377,237,267,567,617,627,577,597,467,437,317,287,147,086,986,94777,047,067,127,197,257,29em %08/0115/0122/0129/0105/0212/0219/0226/0204/0311/0318/0325/0301/0408/0415/0422/0429/0406/0513/0520/0527/0503/0610/0617/0624/066,877,27,47,67,8
Fonte: BC

A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 7,21% para 7,20% na semana passada. A estimativa permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial do país voltou a perder força e atingiu 0,35% em junho, a menor taxa desde agosto de 2015. No ano, o índice acumula avanço de 4,42% e, em 12 meses, soma 8,84% - ficando abaixo de 9% pela primeira vez desde junho de 2015.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação caiu de 5,20% para 5,14% na última semana, informou o BC. Foi a sexta queda seguida do indicador. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% - fixado para 2017 - mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.

Previsão para o PIB
Em %
-2,99-2,99-3-3,01-3,21-3,33-3,4-3,45-3,5-3,54-3,6-3,66-3,73-3,77-3,8-3,88-3,89-3,86-3,88-3,83-3,81-3,71-3,6-3,44-3,44-3,35-3,3-3,25-3,27-3,24-3,23em %08/0115/0122/0129/0105/0212/0219/0226/024/0311/0318/0325/0301/0408/0415/0422/0429/0406/0513/0520/0527/0503/0610/0617/0624/061/078/0715/0722/0729/0705/08-4-3-3,75-3,5-3,25-2,75
Fonte: BC

Produto Interno Bruto
Os economistas do mercado financeiro também melhoraram a estimativa para o nível de atividade neste ano de uma contração de 3,24% para uma queda menor, de 3,23%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Com a previsão de um novo "encolhimento" do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua previsão de uma alta de 1,1%, informou o BC.

Taxa de juros
O mercado financeiro manteve na semana passada sua previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,50% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano - maior nível em 10 anos. Com isso, estimativa do mercado é de um corte na taxa até o fim de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 11% ao ano - o que pressupõe a continuidade da queda dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

 

Alexandro Martello-Do G1, em Brasília-08/08/2016 08h29 - Atualizado em 08/08/2016 09h22

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