Mais Médicos passa a contar com 1,3 mil brasileiros formados no exterior
Saúde/Ciência
Publicado em 10/10/2017
Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil - 09/10/2017 - 20h46 - Brasilia-DF/Site EBC

Mais de 1,3 mil novos brasileiros formados no exterior começaram a trabalhar hoje (9) no programa Mais Médicos. Eles foram contratados para atuar em mais de 800 municípios em 25 estados e no Distrito Federal, além de regiões com populações indígenas. A estimativa do Ministério da Saúde é que esses novos integrantes possam atender cerca de 4,8 milhões de pessoas.

Os estados que receberam o maior número de profissionais são São Paulo (340 novos médicos), Rio Grande do Sul (151), Paraná (139), Minas Gerais (129) e Bahia (117). Os que receberam menor número de médicos são: Roraima e Sergipe (1), Distrito Federal e Amapá (4), Rio Grande do Norte (6) e Alagoas (7).

Brasília - Recepção de novos profissionais brasileiros que atuarão no Programa Mais Médicos (José Cruz/Agência Brasil)

Recepção de novos profissionais brasileiros que atuarão no Programa Mais Médicos - José Cruz/Agência Brasil

A chegada de brasileiros graduados no exterior foi facilitada pela redução de exigências. Até 2016, só podia se candidatar ao programa quem tivesse formação em países com índice mínimo de 1,8 médico por mil habitantes.

Com as novas contratações, esse grupo, chamado pelo governo de “intercambistas”, passa a representar 14% dos médicos do programa. Os brasileiros formados e com registro no país somam 31,5% e os profissionais de outros países, 47,11%. Com os editais para novos médicos brasileiros (formados no país e no exterior), estes saíram de 5.765 em 2016 para 8.316, totalizando 45,6% do total de trabalhadores.

A meta do Ministério da Saúde é ampliar o processo de substituição, reduzindo o número de profissionais de outros países de 11,4 mil para 7,4 mil até 2019.

Diploma

Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira, Lincoln Lopes Ferreira, a ausência da exigência da validação do diploma, mesmo de brasileiros formados no exterior, é uma deficiência do programa. “Tanto faz ele ser estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, o diploma no Brasil ou fora e validado no país corresponde ao teste de suficiências para exercer a profissão. Essas pessoas só poderiam atuar devidamente supervisionadas, o que sabemos que não ocorre”, diz Ferreira.

Números

Procurado, o ministério não se manifestou sobre a validação do diploma. Atualmente, o programa conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios, 72% do total no país. De acordo com estimativa do Ministério da Saúde, cerca de 63 milhões de pessoas recebem atendimento. Em cidades com até 10 mil habitantes, o Mais Médicos fornece quase metade dos profissionais. Em 1.100 municípios, a atenção básica é feita exclusivamente por contratados pelo programa. O 

Edição: Carolina Pimentel
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