Pimentel e Anastasia trocam acusações sobre crise financeira em MG
05/09/2018 09:51 em Minas Gerais

 

Segundo Anastasia, Pimentel não paga os salários em dia porque gasta mal. Petista diz que realizações tucanas no tempo de Aécio são mérito de Lula, que foi generoso com o estado

 

 

O governador Fernando Pimentel (PT) e o senador Antonio Anastasia (PSDB) trocaram novas farpas nos programas eleitorais por causa da crise financeira em Minas Gerais. Enquanto o petista acusou os tucanos de quebrarem o estado e procurou colar a imagem do senador Aécio Neves (PSDB) no adversário, o candidato do PSDB disse que o atual gestor do Palácio da Liberdade não tem recursos para pagar salários porque gastou mal o dinheiro.

 

Seguindo a estratégia de nacionalização da campanha, Pimentel (PT) atribuiu, no programa eleitoral – veiculado em rádio, TV e redes sociais –, as realizações em Minas Gerais durante o governo Aécio Neves ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista relembrou 2003, quando era prefeito de Belo Horizonte, Aécio governador e Lula presidente.

 

“As realizações que aconteceram em Minas não foram mérito de quem governava o estado na época. Foram mérito de Lula e o seu jeito generoso de governar”, disse a apresentadora do programa de Pimentel, que mostrou a primeira eleição de Lula ao Palácio do Planalto. Pimentel afirmou que, com Lula presidente, havia mais igualdade, justiça social e o governo estava presente em todas as regiões. “Eu fui prefeito de BH e posso garantir: ele ajudou a gente”. 

Pimentel seguiu dizendo que, em um momento de melhores condições financeiras, os governos de Aécio e de Anastasia, seu adversário nas eleições, não aproveitaram para resolver os problemas do estado. “O governo Aécio/Anastasia quebrou o estado ao priorizar o projeto pessoal de um único mineiro”, disse, exibindo fotos de Aécio no programa.

 

Desgoverno

 

Anastasia atribuiu a atual crise financeira do estado ao que chamou de “desgoverno” de Fernando Pimentel. O tucano usou a última propaganda para dizer que a “má gestão” do adversário petista levou a situações como os atrasos nos pagamentos de salários em Minas. “O dinheiro gasto de forma equivocada hoje faz falta para pagar os salários em dia, para manter a saúde funcionando e as crianças com aulas nas escolas”, afirmou.

 

Anastasia disse que a situação do estado é crítica e que o próximo governador vai ter uma difícil tarefa “por causa do desgoverno da atual gestão”. “Dinheiro mal gasto não traz retorno pra ninguém”, afirmou. Segundo o candidato do PSDB, o estado assiste, no governo Pimentel, à “destruição” de ações, programas e conquistas.

 

Na propaganda, o senador tucano segue na linha de dizer que toma suas próprias decisões e se desvinculando do colega no Senado Aécio Neves (PSDB), de quem foi secretário, vice-governador e apadrinhado político. “Anastasia sempre foi Anastasia”. O candidato tucano disse que, se eleito, escolherá sua própria equipe, com nomes técnicos. O principal padrinho político no passado, que agora concorre a deputado federal, ainda não apareceu no programa. Aécio é apenas citado como alguém que “chamou Anastasia para resolver a crise”.

 

Campanha

 

Ontem foi dia agitado de campanha para Pimentel e Anastasia. O governador participaria à noite de evento com representantes da classe artística em apoio à chapa petista. No Teatro da Cidade, na Rua da Bahia, Região Centro-Sul de BH, o petista contou com o apoio de Dilma Rousseff, candidata ao Senado, e de candidatos a deputado federal e estadual. Entre expoentes da música, do teatro, da dança, do circo e das artes plásticas, foram ao evento a cantora Fernanda Takai, o rapper Flávio Renegado e o diretor teatral Pedro Paulo Cava.

 

Já o senador tucano reuniu cerca de 100 prefeitos do partido no comitê de campanha, em Belo Horizonte, e prometeu regularizar os repasses de verbas para os municípios caso seja eleito em 7 de outubro. “Os municípios não podem pagar pelos defeitos, inadimplência e má administração do estado. Evidentemente o esforço maior será, se eleito, a partir de janeiro, que as prefeituras recebam imediatamente o que lhes é de direito e negociamos o para trás. Mas volto a dizer, não conheço a situação na inteireza dos números de Minas Gerais”, afirmou Anastasia.

 

A Associação Mineira de Municípios (AMM) alega que o estado deve às prefeituras em torno de R$ 8,1 bilhões referentes a transferências que deixaram de ser feitas para a saúde, transporte escolar, multas de trânsito, verbas de assistência social e repasses constitucionais do ICMS e IPVA. No último dia 21, cerca de 500 prefeitos fizeram um protesto em Belo Horizonte. No mesmo dia, Pimentel sancionou lei que autoriza o governo a entregar a carteira da dívida ativa do estado, de cerca de R$ 2,5 bilhões, a uma instituição financeira, por meio de licitação, e receber o montante à vista. A previsão é que as prefeituras recebam R$ 1 bilhão.

 

 

Por Juliana Cipriani / Isabella Souto/Site Estado de Minas

Postado em 05/09/2018 06:00 / Atualizado em 05/09/2018 07:31

A imagem da capa do site Multisom foi retiradade arquivos da internet/Google

 

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